Como tudo começou...
O primeiro contato pela perspectiva de Hiago
Fazia pouco tempo que eu morava na Itália, e confesso que não havia expandido minhas amizades para fora do escritório, onde trabalhava com o irmão do Giovani, o Bruno. Vinicius era também um amigo, e me convidou pessoalmente para seu casamento. Trabalhar na máfia fez de mim parte da famiglia. Eles sabem que não posso me envolver com as pessoas comuns, e meu circulo se atém a estas paredes invisíveis; a máfia. Na verdade eu sempre soube, não fui enganado; eles já me apresentaram casas noturnas e bordéis que fazem parte da rede, restaurantes, e hotéis; digamos que quase nada me falta mesmo assim, acolhido e muito bem quisto entre eles, as vezes me sentia meio solitário, mas naquele dia eu estava particularmente animado, um casamento italiano era novidade para mim, a alegria emanava por aquelas pessoas e caminhei meio distraído com toda aquela festa em meu redor. Avistei os noivos, e segui rumo ao casal para parabenizá-los. Chegando próximo a eles uma jovem abraçava o Vinicius de forma acalorada e no meu ultimo passo ele deu um impulso levantando-a do chão, ainda não tinha visto seu rosto, mas os cabelos castanhos e brilhantes pareciam de uma princesa, diferente das garotas modernas, parecia conservadora, chegavam a cintura e de alguma forma aquilo me atraiu, não sei explicar o motivo. Cheguei perto e ele a soltou, percebi que o noivo não tinha me visto quando ela pisou no meu pé e cambaleou, e instantâneamente segurei-a pela fina cintura juvenil, o riso ainda estava lá pela brincadeira, linda. Ela era linda e naquele momento um choque de admiração me engoliu; simplesmente fiquei ali babando e esqueci se soltá-la.
___ Desculpe. Seu sussurro era afável e acho que estremeci por dentro. Foi quando infelizmente um arranhão na garganta, do irmão e noivo me despertou e ela se desvencilhou do meu agarre e se foi, mas não antes que eu notasse que ela também me olhou intensamente, e seu rosto enrubesceu. Giulia tinha só dezessete anos naquela época conta meus vinte e cinco; claro que admirar sua beleza era a única coisa possível; não seria inteligente flertar com a princesinha da máfia.
O primeiro contato pela perspectiva de Giulia
Eu estava radiante naquele dia, meu irmão estava casando e uma grande festa estava acontecendo, como eu era a caçula, sempre estava estudando e praticando etiqueta, e bons modos de esposa, ciente de que logo seria prometida a algum capo ou dom, não era o meu sonho, era o meu dever e eu obedecia religiosamente. A oportunidade de ver gente, rir e dançar, conversar com pessoas diferentes e até com os garotos da minha idade; tornaram aquele dia especial. Depois de algum tempo com minha mãe e as outras mulheres, decidi ganhar espaço com cuidado e bater minhas asas, então pedi para felicitar meu irmão e a noiva minha cunhada Cora. Eu amo minha família e isso eu queria fazer de coração. Ele estava lindo não fisicamente, Vini sempre foi muito bonito mas ultimamente a beleza vinha do brilho em seus olhos, e Cora também era linda e estava maravilhosa. Uma curiosidade me engoliu e me amedrontou, aquilo que eu via neles era fruto do amor. Amor! E se eu nunca o conhecesse, o casamento na máfia não prioriza o amor. Empurrei aquela centelha de pavor para o fundo da minha alma e segui felicitá-los.
Quando abracei Vini; lembro que tudo passou rápido, menos o que passei a sentir naquele dia; isso não passou. Ele me ergueu em seus braços e ao me colocar no chão fui entregue nas mãos dele, elas eram quentes e gentis, me segurou com firmeza na cintura, se não fosse por Hiago eu teria caído, meu corpo reagiu involuntariamente com um arrepio ao seu toque, quando me virei para me desculpar aqueles olhos avelãs profundos me engoliram e eu mergulhei de bom grado. O rapaz não tinhas traços italianos, parecia americano, tinha aquele estilo dos CEOS dos livros. bonito demais, intenso e naturalmente sexy. Se esse termo fosse o correto eu diria que cai de joelhos por ele. Mas não, sei se isso é bom ou ruim. Hiago Ferrari seu nome. Advogado implacável da nossa família, foi meu amor a primeira vista. Mas ele nunca vai saber disso.
Em sua companhia
Hiago Ferrari
... Anos antes
Estava distraído na boate, apreciando a bela morena no palco e imaginando que faziam alguns meses que eu não chamava uma mulher pra sair. O trabalho com os Bonucci não me deixam muito tempo, mas são extremamente gratificante, quando Giovani fez a proposta me despedi de Rodolfo e Amália, meus amigos e fiz as malas rumo a Itália.
Aqui conheci a família Bonucci, e a pouco tempo Giulia a mais nova, reservada, e simpática de vez em quando nos ajuda colocar os papéis em ordem. Muito rápida e também modesta, aparentemente me trata normal, e eu achei ela linda quando a conheci apenas uma adolescente, mas tem me incomodado pensar que logo casará com um mafioso qualquer por acordo, quase a casaram com Samuel e eu queria ser um
Ela me vê e vira a cara, fingindo indiferença, não me importo e se aproximo.
_ Divertindo-se Giulia? Ela deixa o riso morrer e diz irritada também.
_ Sim e você que faz aqui? achei que estava com Amália.
_ Ah não, ela é brasileira uma amiga esposa do Rodolfo Mayer.
Ela arregala os olhos e pergunta incrédula.
_ Rodolfo o lutador de MMA?
_ Esse mesmo.
_ Ah. Ela fica confusa e constrangida, aproveito para oferecer carona.
_ Pelo visto as meninas tem muito que resolver, quer carona? indico com os olhos.
Ela fica com o rosto corado mas se mantém firme.
_ Não precisa Hiago, eu pego um táxi.
_ Tudo bem então. Digo já saindo de cena quando sua mão pequena me envolve pelo ante braço, e sinto-me arrepiar com seu toque.
_ Espere, acho que nem sei onde estou que bobagem a minha não é mesmo? Eu aceito sua carona. Ela sorri pra mim e sinto a presença de outra pessoa.
_ Oi prazer, sou Leona, dançarina aqui no clube, digo na boate, nunca o vi por aqui. A moça é linda e está claramente disposta a transar comigo, o problema é não conseguir sentir nada quando se tem as mãos de uma certa italianinha entrelaçada aos meus dedos.
_ Geralmente não venho mesmo, eu só vim acompanhar uns amigos e já estou de saída.
_ Que pena, espero que volte para conversarmos.
_ Eu acho que ele não vai poder moça, ele é muito ocupado. Giulia se manifesta com seu falso ar educado, mas sei que está irritada.
_ Olha nós já vamos, foi um prazer te conhecer Leona, e obrigado pelo convite.
Ela apenas assente e Giulia me arrasta como um saco de batatas, em sua impetuosidade devia me deixar puto, mas me deleito, fico totalmente excitado com seu jeito, seus lábios
_ Gostou da boate? Ela pergunta, e analiso o que realmente ela quer saber, acho que se trata da dançarina, então respondo neutro agindo como ela, sem dar brechas para saber realmente.
_ Sim, mas é normal como qualquer outra.
_ Sério, as outras têm homens lindos dançando também? Ela provoca e acabo sorrindo.
_ Nem pensar, aquilo estragou a noite. Ela gargalha como nunca a vi fazer, e seus dentes branquinhos e alinhados são possíveis de se ver.
Paro o carro em frente a mansão dos patriarcas da família, e ela se recompõe.
_ Obrigada pela carona, até amanhã no casamento.
Lembro que amanhã não tenho exatamente uma companhia e vou ficar meio sem rumo e solto.
_ Talvez eu só acompanhe a cerimônia na igreja, não estou a vontade para ir à festa, meus amigos estarão acompanhados, vou me sentir um intruso na família.
_ A Ferrari, não fale assim; eu te acompanho, faço questão.
Quando ela me chama pelo sobrenome faz com que sinta um tipo de intimidade entre nós algo acolhedor e secreto. Sinto-me feliz e concordo.
_ Se me fizer companhia, eu aceito.
Ela sorri e devolvo o sorriso, então ela beija meu rosto em despedida, e quase estrago tudo, mas mantenho a linha de cavalheirismo e beijo suas mãos.
3- Planos frustrados
Giulia Bonucci Anos antes...
Quando convidei Hiago para ir ao casamento tu e ele deu a entender que precisava de companhia comemorei internamente era minha oportunidade estar ao lado dele conhecê-lo melhor e usufruir de uma boa companhia eu o admirava, tinha aquela paixonite juvenil pelo cara mais velho, de terno e gravata, sim eu sei parece clichê, mas eu estava encantado demais para entender que a nossa diferença de idade podia interferir, a sua gentileza e a sua simpatia me confundiram e fizeram eu pensar que tinha
Escolhi detalhadamente cada peça que usaria no casamento do Leonardo com a Monise, o vestido Rosê com rendas nas mangas a sandália em tom pastel com pedras o batom rosa perolado e até a bolsinha de mão tudo estava muito elegante eu parecia uma moça madura pedi para maquiadora caprichar na sombra para me dar um perfil mais sério e menos infantil ela entendeu rapidamente e fez o que eu pedi. Na saída conferir e estava ótimo eu estava segura de quê daria meu primeiro beijo no advogado o homem que eu venerava durante o casamento eu estive com ele conversamos e realmente gostei do jeito que ele falava, do sorriso fácil, do perfume agradável, dá gentileza sem fim, também conversei com outras pessoas e ele com os meus irmãos; ao final da festa me lembro
Fiquei leve, sorrindo mais e um pouco descarada.
Durante a conversa ele perguntou a minha idade e respondi alegremente que faria vinte anos, antes do natal vi um traço de surpresa em seus olhos, mas continuamos naquela conversa gostosa soube que ele tinha vinte e cinco naquela época, mas de forma alguma ele me desprezou pela idade, continuamos rindo e descobrindo mais sobre o outro. Eu o tocava sem medo, ele também parecia solto pelo vinho. Então o carro parou na entrada da minha casa.
Criei coragem e falei, tudo que pensava, queria e sentia.
"Sou louca por você Ferrari, sonho com você me possuindo, quero perder minha virgindade com você, seu bobinho, vamos me toque...
Realmente ele me tomou num beijo faminto, e apaixonado, mas depois desistiu.
" Hoje não, gatinha, na próxima, quem sabe, prefiro não aproveitar da situação, você é muito nova ainda e tomou vinho então…"
Percebi duas coisas, primeira: ele estava apenas sendo educado comigo, e confundi as coisas, morri de vergonha. Segunda: eu não era o tipo de garota que ele queria, pois ele mencionou minha idade. Engoli o choro e saí correndo. Doeu demais levar um fora daqueles, depois do meu primeiro beijo. Ainda ouvi ele me chamando, mas nem olhei para trás, o evito o tempo todo, sou irredutível, não me permito fraquejar, somente eu e ele sabemos o porquê. Tenho vergonha do que aconteceu entre nós, me sinto tão pequena e rejeitada, desde então me dediquei a aula de etiqueta, cursos de moda e estilo, posso dizer que aos quase vinte e dois anos sou uma mulher impecável, minha psicóloga diz que desconto minhas frustrações na estética, também diz que sou muito inflexível porque contei que nunca deixei ele desenvolver o assunto novamente, mas ela alega que merecemos uma conversa, olho no olho sóbrios, visto que todo o mal-entendido foi gerado em meio a embriaguez. Tenho tentado me aproximar, mas há uma mágoa aqui difícil de dissolver; ao mesmo tempo que em meu íntimo eu continue achando Ferrari o homem mais lindo do mundo, não consigo baixar a guarda. Olho para ele em sua mesa, compenetrado, lindo terno azul-marinho gravata bordô, penteado meio bagunçado e barba bem desenhada, vejo que às vezes ele atende uma ligação ou outra ele sorri e me encara, depois fico com raiva imaginando quem arranca esse sorriso dele porque comigo é pura educação forçada, se eu não fosse uma Bonucci acho que me chutava.
_ Pode trazer um pra mim senhorita? A voz grave dele irrompe em nossa sala e respondo com toda polidez possível.
_ Claro doutor.
Ele fecha a cara.
Caminho gingando os quadris levemente devido ao salto alto que não tiro dos meus pés como que querendo provar ao mundo que sou uma mulher bem resolvida, só eu sei o quanto me sinto insignificante, quando aquelas que são realmente aparecem diante dele. São momentos que a ferida se abre, por ser quando me lembro que sou nova e inexperiente, exceto pelo único beijo que recebi até hoje, justamente dele, do Ferrari.
_ Obrigado Giulia. Meu coração acelera, tem mais de um ano que não escuto meu nome em sua boca. Oscilo, mas me recomponho e aproveito a oportunidade de ser mais agradável.
_ Não há de quê Ferrari. Sorrio amigável.
Bruno entra na sala e estraga tudo.
_ Giu, quarta-feira que você vai jantar fora com o Medeiros?
Era só um jantar de negócios, não tenho como explicar pois seria ridículo então confirmo e me afasto não gosto de ver o desprezo nos olhos dele por mim, deve achar que transo com todos esses caras que agrado com uma boa conversa para os negócios, pela burrada que fiz com ele.


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