sábado, 28 de junho de 2025

Um amor improvável (Série os shifters de Greenwile)

 


Sinopse 

Numa região mágica habitada por shifters (seres metamorfos, animais que se transformam em humanos) moravam os Beywers um grupo de lobos de Greenwile, uma vila afastada de tudo numa dimensão a parte onde só havia uma passagem ou portal entre os dois mundos. Humano e metamorfo.

Também habitavam lá os Sheners um grupo de ursos e próximo ao rio estavam os Pingowos shifters coelhos.

A lei natural funcionava assim, quando uma fêmea atingia seu tempo de reproduzir, seu cheiro atraía o companheiro de sua jornada, seria com ele que constituiria família. Mas de alguma forma a atração entre companheiros era diferente e eles sabiam.

Nesta série de livros dedicado aos shifters, vou procurar trazer o máximo de realismo, magia e amor as histórias. Como é um assunto novo conto com generosidade dos leitores nos comentários. Mas espero poder levá-los numa viagem incrível para Greenwile a região encantada.


 1 - Prólogo

Só um pouco de mel.

Meus pais e meus irmãos gostam de ficar nas pedreiras do rio esperando por seus suculentos peixes, Yoru meu irmão mais velho gosta liderar os outros e fica muito irritado por minha desobediência, já que Moli e Jack gostam de pescar com ele. Mas eu não me importo, o cheirinho das flores faz sentir-me livre livre, parte da natureza, o canto dos pássaros no interior da floresta trás uma sensação de paz ao meu interior, é aqui que gosto de me transformar em humana secretamente, caminho nua entre as árvores, mas meu cabelo castanho é longo e cobre meus mamilos apesar dos meus seios serem grandes, na cintura amarro um pedaço de tecido que encontrei num tronco, tinha cheiro de lobo, e já tive a sensação que algum lobo me presenteou por saber quão primitivos são os sheners, pois quase nunca nos transformamos, e quando acontece não usamos roupas, mas só no perímetro dos nossos. Se eles souberem que fiz isso aqui no território dos lobos, vou levar um puxão de orelha dos meus pais, mas há algo nesse lugar que me faz querer mostrar minha essência completa, inclusive a Beker humana, sou uma ursa jovem, ainda não entrei no cio pois ainda não chegou o meu tempo.

Avistei uma colmeia muito suculenta não pensei duas vezes, apressei meus passos foi inevitável, nem o vi atravessar meu caminho, trombamos feio e ambos caímos sentados.

_Olhe por onde.... O xerife mal humorado estava pronto para me dar outra bronca, quando bateu seus olhos nos meus e desceu para meu corpo. Só então me dei conta das minhas pernas levemente abertas, e que os cabelos foram para minhas costas, deixando meus seios amostra. Senti consciência do meu corpo como nunca havia sentido, o olhar do loiro de quase dois metros, de puro músculo me penetrou de um jeito que minha pele queimou, minha vagina umedeceu não sabia o que estava acontecendo.

_ Desculpe Xerife.

O homem se recompõe do olhar quente que me direcionou e se pôs em pé estendendo sua mão grande para mim.

_ Tome cuidado ursinha, machuquei você?

_ Beker, me chamo Beker e o seu nome Xerife?

_ Lenon. Sua voz grave e aveludada combinado com nossas mãos juntas, causou me um arrepio de excitação.

_ Não me machucou, só me assustei.

De repente o lobo dele rosna, querendo me devorar em outro sentido, me prensando no grande tronco atrás de nós.

_ Fique no seu perímetro Shener abusada, ou não respondo por mim. Ele estava quase soltando o lobo para uma batalha, meu coração batia na garganta, mas não era medo e sim um desejo insano de ser possuída por Lenon, o lindo Xerife dos Beywers, então no meio dessa loucura, não me contive ao sentir o cheiro do seu hálito fresco tocar meu rosto, lancei me em seu peito e de alguma forma lacei seu pescoço e o beijei. Ele poderia me rejeitar, e rasgar a minha garganta pela ousadia, mas não foi isso que aconteceu. Lenon tocou meu pescoço com carinho e pacientemente pediu espaço com a língua, para aprofundar o beijo, quase flutuei, era suave, mentolado e apaixonado, viciante, algo que parece ter me deixado calma e segura; mas ele acabou num selinho e um sinal de alerta dentro do meu peito.

_ Use roupas nas terras dos Beywers ursinha, aqui não andamos nus enquanto humanos, é contra o protocolo, qualquer um de nós saberá pelo seu cheiro de flores e mel de onde veio, mas mantenha nossos costumes... não quero que nenhum lobo a veja assim. Seu pedido era sério, mas sua mão possessiva sobre minha cintura e quadris fazia parecer ciúmes. Algo comum entre companheiros, não entendia o que estava acontecendo, mas não queria deixar meu lobo, a ursa em mim gemia por ele. Meu lobo! O que estava acontecendo comigo estava com quase dezoito anos humanos mas não fazia sentido essa bagunça de sentimentos entre nós. Os olhos azuis profundos como oceano do Xerife, brilhavam e de uma forma rápida tive vislumbre das suas presas caninas querendo aparecer, sentimento de posse o perturbava. Éramos shifters de espécies diferentes, estaríamos traindo nossos verdadeiros companheiros?

Esse pensamento me causou um mal estar, sou "rebelde" para meu irmão, mas respeito nossa espécie, jamais os trairia. Me afastei e sem poder olhar para o lindo lobo, fitei os meus pés e de ombros caídos e me desculpei, cobrindo meu corpo com as mãos.

_ Desculpe Xerife. Antes que ele reagisse minha ursa assumiu forma e corri para longe, triste com um vazio no peito, incapaz de olhar para trás, e ver que me afastava do meu lobo; meu peito doía, lágrimas nublavam meus olhos, o seu sabor palpitava na língua, eu fiz o que era certo, renunciei o sentimento que me tomou, não posso ser companheira do Xerife, sou de outra espécie.

 2 - Lenon

A culpa foi minha, nunca contaria a nenhum shifter desta terra, mas foi; eu a farejei, corri cheio de desejo por aquele aroma doce de flores e mel, a persegui, sem medir as consequências, quando percebi que ela se pôs a correr na minha direção, foi tarde demais, não consegui parar o meu lobo babão, trombamos como crianças indisciplinadas do parquinho, foi quando quis me impôr, mostrar minha dominância, que tudo aconteceu, a ursinha feliz, era uma moça belíssima, cheia de curvas, seios fartos e rosto angelical, alvo de desejo de qualquer humano, pois nós shifters não desejamos mulheres alheias, somente a nossa companheira, coisa que me perturbou demais, pois mesmo sabendo como funciona, não pude conter uma ereção descomunal, eu estava excitado, duro como uma rocha pela ursinha gostosa, cheia de curvas e seios lindos, só de lembrar sinto água na boca. Nunca senti excitação por fêmea alguma, segundo nossa espécie, os shifters são fiéis só sentem desejo pela sua companheira, o lobo declara " Minha" e não há volta, já aconteceu com jovens que nunca se viram, a ligação parece estar entre as almas, e ninguém tem domínio. Tenho vinte e cinco anos e estranhamente meu lobo expressou sentimento de posse por Bekel, mas não sei o que devo fazer, preciso da ajuda do Alfa.

******

_____ Oi Lizzie, o Alfa está? A esposa do Nordon nosso alfa é muito bonita, e simpática, ele fica louco se algum macho humano flerta com ela, pois os shifters jamais o fariam, Lizzie é dele e está marcada.

_____ Sim Lenon, espere na sala que vou lhe chamar. Dou- lhe um aceno e baixo meu olhar em respeito a fêmea do alfa, seguindo sua comanda, não demorou muito ele apareceu.

_____ Lenon; jovem Xerife, a que devo a honra da sua visita, encontrou sua fêmea. Porra meu lobo enviou sinal para o alfa, até falta me o ar, por não saber o que dizer.

______ Isso o Alfa vai me dizer, por que algo estranho aconteceu, e não tive controle algum.

Seu sorriso presunçoso demonstra sua sabedoria e dá a impressão que sabe tudo que se passa comigo.

_____ Encontrei uma fêmea durante a ronda, sempre a observei pela floresta, mas nunca troquei mais que duas ou três palavras repreendendo-a, ela é teimosa, sempre volta, ela vem dos Sheners, não é uma Beywer. Coço a cabeça, envergonhado e confuso com a situação. - bem ela tomou forma humana hoje pela primeira vez a vi assim, e não contive um desejo absurdo por ela, fiquei excitado, tive ereção, eu não consegui parar, e só piorou quando a garota se lançou no meu pescoço e reivindicou um beijo, desculpe alfa eu não sou um traidor mas eu a beijei de volta, pois foi mais forte do que eu.

Pela cara do alfa fiz algo errado, porque o sorriso sumiu e a preocupação inundou seu semblante.

_ Ela tem dezoito anos?

_ Não sei a idade dela Alfa.

_ Deve ir atrás dela na lua cheia, mas precisa saber sua idade, seu lobo a reinvidicou?

_ Ainda não, mas eu a desejo.

_ Ela ainda não é madura, mas é sua.

_ Espere, está me dizendo que posso me acasalar com uma ursa?

_ Claro Xerife, somos Shifters, e essa é a vantagem, podemos nos acasalar com humanas, shifter de coelhas,de ursas mas se ela for sua fêmea é claro.

_ Oh eu pensei...

_ Já sei, pensou que só poderia acasalar com um shifter loba, bobagem não é assim que funciona; minha avó era humana, tive uma tia coelha.

Me despeço do Alfa com o coração leve.

_ Obrigado Nordon, é um alívio saber que não serei banido se reivindicá-la.

Ele sorri e se despede com um tapinha entrando para dentro.

Caminhei por toda floresta cinco dias seguidos e não a encontrei, meu lobo estava agitado pois não sabia como parar o desejo de ir atrás dela, quanto mais a lua chegava, mais intenso eram meus sentimentos, as lembranças dela me faziam queimar. O que estava havendo afinal com minha companheira, me afligia ainda não tê-la reivindicado.

Abaixo a cabeça pensativo, coçando a nuca mania que tenho quando não consigo resolver um problema. De repente sinto o cheiro adocicado da minha fêmea, farejo o ar e aguço minha audição, a minha direita não muito longe, me viro para encontrá-la e a vejo encolhida atrás da grande árvore que fica no centro da mata, um pequeno soluço escapa dela e aperto meu passo, angustiado por seu sofrimento.

_ Ursinha! O que aconteceu com você?

Nada de resposta, só um choro mais alto, ao ouvir minha voz preocupada. Com cuidado fui chegando mais perto até que a tirei do chão e trouxe para o meu colo. Não gostei do que sentia ao ver sua tristeza, aquilo me machucava e enfurecida, eu instintivamente queria a garganta do culpado.

_ Shhh fica calma, vai ficar tudo bem. A medida que a embalava e acariciava sua cabeça, ela se aninhava mais em meus braços e aquilo me enchia de orgulho, minha companheira confiava em mim.

Respirei fundo e havia algo novo no ar, cheiro de fêmea no cio, antes que eu terminasse de constatar senti me duro sob o traseiro gostoso de Beker e meu lobo quis sair, cheio de posse rosnava dentro de mim.

"Minha"

 

3 - Beker

Voltei para casa naquele dia e abri mão de entender porque me sentia tão completa nos braços do Xerife Lenon, meu peito doía, era errado estar apaixonada por um Beywer? Apaixonada! Uma expressão humana, mas meu raciocínio estava confuso, eu gostaria de dizer que encontrei meu companheiro três dias antes de completar dezoito anos, mas nunca vi um casal shifter de ursa e lobo, ou qualquer outro. Tristeza me consumia, eu morreria sozinha, pois nunca poderia ter família já que deixei a humana assumir e meu coração se encantar por ele. O Xerife não saía da minha cabeça, seus olhos, as mãos grandes, a língua áspera e o corpo grande e forte, imponente e lindo, todo certinho, eu o desestabilizei, sorrio, ele nunca imaginava que rosnar e ficar bravo comigo, faria com que eu o ibeijasse daquela maneira, ter meu corpo junto ao dele me estremeceu de um jeito bom. Ele é tudo que eu quero! Também é tudo que não posso; papai disse que me uniria a Runan o filho do Urso supremo, seria uma honra se não fosse meu pior pesadelo, Runan é bem mais velho que eu, e nunca sequer falei com ele, mas ao que tudo indica fariam o ritual na lua cheia para que nos déssemos bem. O filho do supremo não é mau, mas o acho triste e sombrio, diferente dos outros ursos que são amorosos e gentis. Eis mais um motivo para que eu sinta o medo remoer meu coração, ele pode ser frio e distante, e acasalar com ele talvez seja só para dar sequência à nossa linhagem, e isso mais parece um sacrifício que um ato de amor ou bondade, a mãe natureza me perdoe, eu não vou fazer isso, devo avisar minha família e partir, quem sabe viver na floresta dos Beywers.

****************

_ Como assim filha? Você não tem essa escolha, precisa pocriar, dar sequência a nossa linhagem, nem todos os Sheners se casam por amor, muitos de nós participamos do ritual de acasalamento e nos vinculamos a outro Shener, aquele será seu companheiro. Nem tudo se trata de amor, também temos responsabilidade! Agora você vem me dizer que sentiu ligação com um lobo sarnento? É muita ousadia.

_ Pai! É horrível chamar outro shifter assim, sabe que nos respeitamos, sempre me ensinou isso.

_ Desculpe filha, não é nada contra esse shifter, só que ... é estranho isso, ele pode ter uma companheira, e você vai sofrer, lobos são possessivos e nós somos abertos, carinhosos e gentis; além do mais não posso voltar atrás na minha palavra, o supremo vai cobrar sua presença, a lua é amanhã; a não ser que um macho a reivindique antes do ritual,

Quem faria isso? Ninguém! Eu era prometida ao filho do supremo.

Um soco no estômago doeria menos, acasalar por obrigação ou envergonhar minha família e ser banida do grupo para sempre. Lágrimas descem por meu rosto e quando consigo me controlar abraço meus pais, meus irmãos, e sigo rumo a floresta para pensar, sem uma solução para meu problema.

Ando, corro, tropeço, não sei por quanto tempo, até que canso e me sento na raiz da grande árvore, respiro e quando penso porque estou ali, sinto um aperto no peito, tristeza me consome, não posso envergonhar minha família. Tenho a sensação que escuto passos e ele vem rápido.

_ Ursinha! O que aconteceu com você?

só choro, mais alto, ao ouvir sua voz preocupada. Com cuidado foi chegando mais perto até que me tirou do chão e levou-me para o seu colo.

_ Shhh fica calma, vai ficar tudo bem.

De repente meu corpo aquece em seus braços, a tristeza da lugar a um calor que me consome, meus seios ficam pesados, e o hálito do Xerife parece refrescante e doce, quero beijá-lo outra vez, minha ursa se agita.

"Meu"

Faço uma negativa com a cabeça, e deito em seu peito. Depois conto lhe sobre o ritual.

_ Hoje a noite, durante a lua cheia os Sheners vão fazer o ritual, sou a prometida do filho do supremo, ao menos é o que está programado.

_ Você não o quer? Ele pergunta com angústia no olhar. Nego.

_ Ele não é meu por natureza, mas temos que dar sequência a linhagem, seremos infelizes.

_ E se aparecer um companheiro ou companheira para reivindicar um de vocês?

_ É a única forma de quebrar o acordo, entre nós.

Ele sorri e arruma meu cabelo. Beija minha testa e se levanta para ir, mas antes ele pergunta sobre o ombro.

Calor se espalha em meu peito, e fico com cara de boba, se deliciando nos cuidados do Xerife.

_ O ritual dos Sheners é na capela do solo sagrado?

Afirmo, em total desânimo e antes que eu pergunte o porque, ele se vai.

Minha cabeça trabalha freneticamente, o que ele pode querer com essa pergunta? Será que o lobo sexy quer me roubar do altar? sorrio com essa ideia maluca, mas com certeza eu correrreia com ele pela floresta fugindo desse enlace sem sentido e sem amor.

 4 - Lenon

 


Me afasto com uma ereção dolorida, da minha ursinha, Beker é fofinha, linda e sensual. A vontade de jogá-la nas costas e uivar alto que ela é "Minha" se torna descomunal, mas vou agir como um macho honrado, assumi-la diante da família Shener.
Faço minha ronda normal, com os batimentos acelerados, a ansiedade pelo fim do dia, o pôr do sol, quando vou me transformar e correr livre pela floresta em busca da minha outra metade.
A tarde vai caindo e aperto o passo, preciso chegar a minha casa, tomar um belo banho me preparar para trazer minha companheira comigo.
Distraído e ansioso quase trombo com o alfa.
Dou um menear respeitoso e até mesmo constrangido pela forma reprovadora que ele me olha.
- Calma lobo, Beker é sua.
- Como...
Eu iria perguntar como sabe o nome dela, mas, antes mesmo que eu pergunte, ele dá de ombros e diz.
- Você está enviando sinais a toda alcatéia, inclusive o cheiro dela, já sentimos quando esteve com sua ursinha hoje pela manhã, fica tranquilo seu babão, nenhum macho vai se aproximar dela.
Merda!
_ Não é como se eu quisesse fazer este show, está difícil de controlar meu lobo, perto dela, alfa.
_ Hahaha, eis o amor jovem Lenon.
_ Amor? Achei que fosse atração, química.
_ É assim que tudo começa meu caro, e depois você não vive mais sem ela, e nem suporta vê-la próximo a outro.
_ O problema é que hoje terei que brigar por ela, Beker é prometida ao filho do alfa, dos Sheners.
_ Estaremos com você, eu aviso a alcatéia. Ele se vira e percebo que está quase escurecendo, vou ter que correr muito.
_ Obrigado Alfa!
_ Somos uma família Lenon, muitos de nós sabemos o quanto isso é importante para você e respeitamos profundamente a união de um casal, a família se fortalece assim.
Pronto para enfrentar o que me aguarda, corro rápido, nem observo o caminho, e de repente sinto uma fisgada na pata. Ai! Olho para o alto e um elfo sorri escarnecendo de mim, eles são os guardiões do território Shener, droga!
_ Eu estava indo para o ritual, fui convidado por Beker. Conto uma mentira, e espero que ele acredite.
O guardião coça a cabeça e estende a mão num sinal, logo aparece uma pequena elfa com um potezinho de liquido roxo.
_ Acertei um convidado para o casamento, tente melhorar a pata deste Shifter.
- Tente ser mais observador Timber, não pode sair atirando flechas assim. Ela reclama bem irritada.
Enfim sinto a dor ceder agradeço a elfa e sigo para capela do solo sagrado.
Chego lá e a fogueira está alta, uma roda de ursos se fez e o casal está no centro.
Tudo ocorre como manda a tradição e quando o ancião, da a brecha com suas palavras, estufo o peito para lutar por minha ursinha.
- Essa união será selada neste momento se nenhum de vocês foi reivindicado até o momento.
Dou passos largos até centro do solo sagrado e me manifesto.
Aos pés de Beker me prostro e rosno alto.
_ MINHA!
- Não pode ser, Beker é uma ursa e você um lobo! Se enfurece o filho do alfa, como se não ouvisse ele dizer uma palavra minha ursinha de transforma e põe se de barriga para cima, os sons de surpresa, admiração e medo da disputa se espalham.
- MEU!
Toco meu focinho no dela e o ancião sorri cheio de sabedoria.
- Na verdade queridos, nós shifters podemos se unir a qualquer espécie que tenha uma forma idêntica a nossa, e o lobo tem seu lado homem como Beker é meio mulher também, portanto essa união é plenamente possível e se eles se amam deixo aqui minha benção ao casal.
- Que essa união seja nos momentos bons e ruins, e que o amor seja a coroa desse enlace, que toda sorte e felicidade vos acompanhe hoje e sempre, amém.
Um coro de uivos é cantado, e somos aplaudidos, voltamos a forma humana e seguro em suas mãos. O noivo senta-se triste sem ânimo para brigar, e Beker em sua infinita bondade o consola.
- Não desanime Runam, eu não era sua companheira de alma, ela ainda vai aparecer.
- Ela já apareceu Beker, e eu a rejeite por ser coelha.
- Então vá atrás dela.
- Mas ela me odeia.
- Se ela é sua companheira, não te odeia, corra, vá atrás dela.
Ele olha para o ancião que apenas sorri, então toma forma de um enorme urso marrom e some na floresta.
Olho para Beker e beijo seus lábios suavemente, então seguro em suas mãos.
- Senhor e senhora, com sua permissão, levarei Beker comigo, meu lobo clama por ela.
- Sigam em paz, eu dou a minha permissão, sejam felizes.
- Não está bravo comigo papai?
- A partir do momento que você mostrou esse brilho nos olhos eu soube que você era dele filha.

- Então é por isso que não saía do território Bewyer irmãzinha, estava em volta do Lobão aí? seu irmão debocha
- Sim Yoru, mas eu não sabia, é coisa de alma, um dia saberá.
- Nunca vou me acasalar com outra espécie. Ele esnoba.

- Não diga coisas que não sabe filho, sua companheira virá de outra dimensão.
Todos paramos e observamos admirados a previsão do ansião. Yoru fica muito assustado, mas não é grosseiro com o velho urso.

Nos despedimos e quando estamos no meio da floresta peço que ela suba em minhas costas, vou levar minha noiva carregada. Ela sorriu e subiu sobre mim.
Saber que estava levando minha companheira para casa me enchia de satisfação, nem acredito que não houve uma disputa entre machos pela fêmea, como as vezes acontece.

***************
Obrigada.
Gratidão leitores 💝

5 - Beker

Lenon corria rápido e era estranho estar sobre ele, mas ao mesmo tempo era um sonho, acreditava que estava condenada a uma vida infeliz com único propósito de procriar. Quando ele chegou ao altar quase desmaiei de felicidade, "minha" ele rosnou eu achei tão possessivo e sexy, Ual, até sinto calor de lembrar. Imediatamente mostrei minha submissão é assim que funciona entre machos e fêmeas no meu mundo, mas isso não quer dizer que eu não tenha voz, apenas que me submeto como companheira para formar família e o amar e respeitar.

Lenon foi completamente doce e gentil quando mostrou seu respeito indo até os meus pais e pedindo permissão para me levar, meu pai jamais negaria, a lei que nos rege tira o direito de um pai, quando a filha é clamada por um macho.

O vento bate em meu rosto, ele caminha rápido e com destreza pela floresta, estamos num silêncio confortável.

- Vou parar um pouco ursinha, estou com a pata ferida, levei uma flechada na ida até a capela, um elfo me acertou.

Ele para e eu desço, fico preocupada com seu ferimento.

- Onde ele te machucou?
- Aqui. Ele mostra e vejo o sangue seco, e a poção violeta cicatrizante.

- Você foi medicado, que bom.

Ele volta a forma de homem e meu coração dispara.

Penso em falar algo mas não acontece, ele toma meu rosto com ambas as mãos e me beija docemente, seus lábios são quentes e macios, sua língua percorre minha boca; é um momento de conexão, afinidade e carinho, sem medo ou incerteza.

- Você é tão linda Beker que eu achei que tinha perdido o juízo quando meu lobo clamou por você.

- E eu chorei muito quando minha ursa clamou por você, achei que não podia ser companheira de um lobo.

Sorrimos, sem palavras, mas felizes que pudemos perante a mãe natureza ser um casal.

- Vem vamos caminhar um pouco, já estamos próximos a nossa casa. Ele me leva pela mão.

Acho tão lindo ele dizer nossa casa, que meus olhos marejam.

- Vamos.

Caminhamos por uma clareira bem limpa e a lua clareava o caminho

Caminhamos por uma clareira bem limpa e a lua clareava o caminho. Chegamos a uma linda casa de madeira com escada na entrada, bancos de bambu na varanda e vasos de flores. Confesso que fiquei surpresa com o primor dos detalhes.

– É linda, alguém mora com você?
Noto um leve constrangimento, mas responde.

– Não; morava sozinho.
– Entendo, você caprichou.
– Pensei que encontraria uma companheira aos vinte anos, mas demorei um pouco. Ele sorri charmoso pra mim e acaricia meu rosto.

– Sim e agora vou morar com você, usar suas panelas e bagunçar seu sofá.

– Meu sofá?

– Sim, amo uma série de TV.

– Ah, nesse caso podemos assistir juntos, posso adquirir esse hábito. Agora vamos entrar.

Quando Lenon fecha a porta minha barriga faz um som constrangedor.
– Está com fome ursinha? Vem vou te servir um lanche, tenho mel aqui, comprei ontem pra você.

Sorrio achando interessante e bonito o cuidado dele comigo.

– Sim estou faminta, eu passei o dia tão nervosa que esqueci de me alimentar, vou adorar um lanchinho, gostaria de algo salgado.

– Um lanche de frios e um suco de laranja? Ele oferece.

– Uhm, deu água na boca. Brinco.

Lenon prepara meu lanche e observo a mobília, achando tudo tão lindo. Comemos num silêncio confortável, depois o ajudo e deixar tudo limpo e chega o momento em que fico um pouco insegura.

– Vem Beker, vou te mostrar nosso quarto. Seguro em sua mão grande e com um calor aconchegante e o sigo.

Chegamos a uma porta entalhada, e com um acabamento muito bonito, nela uma plaquinha com os dizeres "Um bom sono, para um bom dia" Sorrio, não imaginava que um homem tão sério tivesse uma casa linda com essa riqueza de detalhes.

– Aqui é o meu quarto, digo nosso.

– É lindo, gostei muito.

Caminho até a cama e toco o lençol macio.

Sinto o olhar atento dele a cada movimento meu e não resisto me aconchegar nele, meu instinto carinhoso não muda, talvez seja estranho, mas sou uma ursa carinhosa.

Sinto seu carinho no pescoço e descer pelas costas,  trazendo um arrepio ao meu corpo. Sem que eu perceba ele me ergue nos braços e sobe na cama me trazendo sobre seu colo. Um beijo muito intenso e gostoso se inicia e aprecio o sabor de menta fresca em seus lábios.

“Minha”

Seu lobo rosna e estremeço, é sexy, possessivo, sinto um formigamento no baixo ventre. Arranho seus braços e me esfrego nele tentando amenizar esse fogo que me consome até o último fio de cabelo, quero ele, todo ele, lamber, cheirar, sentir, me contorço de desejo.

Chupo a pele exposta do seu pescoço, quente e macia, sou girada para baixo dele, fico diminuta perto desse homão. Mas há um conforto, olhar em seus olhos e ver só carinho, proteção e desejo

– Eu vou devagar ursinha, você é meu bem mais precioso, minha companheira.

Ronrono apaixonada, talvez seja cedo, mas é assim que me sinto.

– Eu confio em você Xerife, me faça sua.

A lua se alinha a telha de vidro no teto, e o sinto próximo, beija meus lábios, pescoço, seios, lambe e suga os me fazendo esfregar as pernas.

– Gosto deles, são lindos! Diz meu companheiro e coro, tímida. Mas não me concentro nisso muito tempo, logo ele está abrindo minhas pernas, mas não acontece o que penso, Lenon lambe minha intimidade, cheira, e acho a coisa mais prazerosa que já senti, algo se forma em meu ventre mas ele para, e quero chorar e implorar para que continue.

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Gratidão amores.

Se estiver gostando deixe seu comentário💝





















 



 

domingo, 22 de junho de 2025

A proposta.


1- Prólogo

Inaê, aos dezoito anos...
Entro em casa muito feliz tirei nota maior que seis em matemática, agora é só esperar o vestibular.
Ouço vozes na sala e qual não é minha surpresa ao me deparar com aquele rapaz, senti um choque dentro de mim, o coração falhou uma batida, parecia um encontro de almas, ele parou de falar para me olhar e percebi que sentiu o mesmo mas quando o Júlio me apresentou ele disse algo que me fez odiá-lo.
_ Não sou seu príncipe garota, na verdade sou mais o lobo mau, eu como meninas inocentes.
Primeiro fiquei chocada, depois enojada, e passei a evitá-lo, se ele chegava eu saia, se ele estava eu dava volta para ir ao fundo do quintal. Nossa casa é pequena, em São João nada é longe, ninguém é estranho, e qualquer coisa que acontece por aqui, fica na boca do povo. Foi assim que um dia eu entrei na sorveteria e quando saí começou a chover, e o tal Simon me fez entrar em seu carro,fui muito contra minha vontade e quando parou para descer sua mão grande apertou minha coxa e a outra me puxou para um beijo, apavorada pela repercussão daquele fato, tasquei lhe um tapa com força na cara, deixando a marca dos dedos, e falei algo que do que me arrependi depois.
" Não sou suas putas alemão, não coloque suas mãos nojentas em mim"
A forma como ele me olhou me gelou por dentro, um ódio mudo, mágoa e desprezo, acabei deixando ele de chacota da cidade.
Um tempo depois ele se mudou para a cidade de Seringueira e pouco aparecia aqui, ele e meu irmão continuaram amigos, eu respirei aliviada embora seu beijo tivesse me marcado, nunca mais pensaria nisso. Eu pretendo estudar administração e trabalhar na empresa que meu irmão abrirá futuramente na minha cidade, casar com um homem simples e trabalhador e ter uma linda família. É assim que será.
Chego até a concessionária distraída e ouço uma voz conhecida, estou pronta para girar no calcanhar quando ouço meu irmão perguntar.
_ Que bronca é essa da Inaê vocês mal conversam?
_ Não é bronca, irmão; eu só não curto essas garotas puritanas que me olham com asco e ela age assim.
_ Inaê o chama de depravado, e tem razão, não entendo essa implicância que um tem do outro.
_ Se ela fosse outra garota e não sua irmã eu diria que se pudesse comê-la mudaria de opinião, mas como não vou fazer isso... Ele dá de ombros.
_ Idiota! Meu irmão ralha e em seguida reitera.
_ Para de falar essas bobagens, ela tem namorado e já deve estar chegando.
_ Então o bicho papão já vai indo.
Escuto e corro se escondendo ao lado do escritório no corredor. Ele saí imponente, postura de dono do mundo, lindo, cheiroso e ... Aí que ódio porque eu não consigo odiá-lo de verdade? Há algo nele, um ímã, atrai meu olhar, meu corpo esquenta, sinto borboletas no estômago e o único jeito de olhar para Simon Nígaro, eu nunca vou admitir que já me toquei imaginando ser ele, sorrio divagando, ele disse que talvez mudasse de opinião, o problema é que nunca ele vai por as mãos em mim, com certeza isso seria loucura. Ainda mais agora que me acertei com o Rick... Eles são tão diferentes, um é o príncipe, o outro é o lobo mau. " Sou o lobo mau, e como meninas inocentes" droga aquilo foi tão sexy que fiquei toda arrepiada e senti minha calcinha molhar, ele não deveria ter esse poder em meu corpo, eu amo o Rick. Amo! Ou talvez, só talvez eu queira amá-lo porque não há chances dele me machucar simplesmente porque ele é gentil, carinhoso e nunca me fez sentir nada disso nem com seu toque. Droga! Mil vezes droga, porque me sinto assim? Acho que a forma esculachada dele me deixou tão irritada, a ousadia que usa para falar comigo, enfim não sei identificar o que me tornou obsessiva com ele, acho que é isso, algum tipo de implicância que virou obcessão. Espanto esses pensamentos ridículos ergo a cabeça e sigo para o escritório.
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Simon Nígaro aos vinte cinco anos
 
_ Que bronca é essa da Inaê vocês mal conversam? Foi o que meu amigo perguntou, eu jamais iria confessar que fui um filho da puta e tentei me pegar com ela num dia de chuva, um idiota é isso que eu sou, Inaê é tão previsível que eu devia saber que a garota temperamental como uma onça iria reagir me estapeando. Sorrio e depois sinto um sabor amargo na boca. Eu fiquei com raiva do que houve, mas não dela, faço um charme, provoco e me implico é apenas parte do meu show, nunca vou baixar a guarda para ela, mas o que me deixa puto é saber que ela está namorando sério com aquele imbecil do Rick, com aquela cara de bom moço, e cheio de gentileza com os outros não me engana, isso é o típico comportamento de um traidor.
Ela ainda vai se machucar com esse babaca e eu não posso ser o herói dela, porque me pintei vilão...o cheiro da garota pairava no ar ao final da nossa conversa e eu me irrito comigo, por reconhecer detalhes da garota que me odeia e ainda ter vontade de tomá-la para mim.

2 - A oportunidade perfeita

_ Chefe tem uma moça aí querendo ser atendida a todo custo.
Nem quero saber, com certeza é uma das mulheres que comi e pensam que podem ganhar o título de companheira atual nas revistas e ser a celebridade do momento.
_ Dispense Cristina, não me interessa.
_ Disse para informar como, Inaê Trindade irmã do Júlio Trindade, aquele motociclista que faleceu no acidente.
_ Inaê? Ela afirma sabendo que vou recebê-la, afinal por mais ranço que eu tenha de gente puritana como aquela garota, vou fazer isso por meu irmão, talvez eu possa ajudá-la. Deve ser algum emprego que procura.
_ Mande a entrar Cristina, estou cheio de papéis para assinar.
Minutos depois Inaê irrompe pela porta, com a mesma personalidade, dominante, cabeça erguida, olhos atentos e um vinco de preocupação na face, olhos tristes. Linda demais, muito mais do que já era, a pele morena clara, os seios grandes, cintura fininha, quadril largo, num jeans apertado e regata preta, sapatilhas baratas no pé, mas nada tira meus olhos dela, sou um idiota por recebê-la, depois daquele tapa, mas meu amigo não deixa minha consciência. Ela está só no mundo, e por ser humano, e ciente da sua situação aceitei abrir minha porta para ela; engulo minhas fraquezas, quase todas concentradas no meu pau duro por ela nesse momento, e falo com frieza.
_ Pode falar Inaê, não tenho o dia inteiro.
Ela enrubesce e assente, em seguida olha para cadeira a minha frente, entendo que talvez esteja cansada.
_ Pode se sentar.
Rapidamente ela aceita e começa a falar sem respirar.
_ Eu vim pedir que me ajude Simon, pela amizade que tinha com meu irmão, eu estou a dias de ser despejada, minha casa foi hipotecada no banco, quando Júlio tirou dinheiro para investir na concessionária de moto, ele deixou a casa como garantia, mas infelizmente não teve tempo de investir, tudo aconteceu e ...eu fiquei sozinha, estava no meio do curso para ajudá-lo administrar mas tive que parar. Enfim não estou aqui para reclamar, só para pedir sua ajuda a casa é tudo que eu tenho hoje.Ou tinha.
Um solavanco no peito me incomoda, ver ela sensível, sozinha, e de todas as pessoas no mundo se lembrou de mim me deixa com um sensação de herói, o tipo de pessoa que tem a decisão nas mãos, eu sei que em dias normais ela é brava e exigente, mesmo que esteja na pior situação, e o único motivo de se aproximar foi precisar de uma solução rápida, gostaria de cuidar dela, mas não vai aceitar, no entanto do Símon cafajeste e frio ela vai aceitar qualquer coisa, porque é esse que ela conhece, e esse cara, hoje faria uma proposta indecente a ela, seria inescrupuloso, haja estômago para meu maior pecado, por ela.
_ De quando estamos falando Inaê? Ela encolhe os ombros e responde.
_ Trezentos mil.
Aceno em concordância.
_ Para quando?
_ Sexta-feira. Ela tem três dias, surpreende me não ter vindo antes, eu posso negar.
_ Se eu negar, qual seu plano B?
_ Trabalhar na Lancelot, acompanhantes de luxo.
Ual ela tem plano B, e isso é o que me aflige mais, deixá lá virar uma prostituta, eu não sou capaz disso, e ao mesmo tempo é o que vou fazer. Dane-se, é minha cartada para tirar ela disso e tê- lá perto de mim.
_ Dou o dinheiro, mais uma diária de mil para viver, plano de saúde por seis meses, e guarda roupa completo.
_ Porque? Ela desconfia e lanço meu sorriso mais maléfico, tudo um jogo.
_ Por um mês de serviço bem feito, sexo todos os dias, dorme comigo e volta para sua casa pela manhã, mantém o corpo saudável e usa roupas da loja que terá crédito ilimitado, estética por quatro finais de semana, e uma última exigência, vá ao médico hoje ainda e diga que quer um contraceptivo que não a deixe menstruar.
Seus olhos estão atentos, seus lábios tremem.
_ Terei uma garantia?
_ Um contrato, firmado em cartório.
Ela assente e me responde.
_ Não tenho como conseguir vaga no médico do posto hoje.
_ Minha secretária fará isso, volte com receita, eu pago e assina o contrato.
_ Está bem, minha resposta é que aceito, porque não vejo outra solução, dói pisar na minha dignidade, mas eu faria isso ao pisar na calçada com um não da sua parte, então que seja você melhor um que muitos, não vou vir antes das dez da noite, me de o endereço e o dia para começar.
Deste vez eu que oscilo, nunca vi tanto raciocínio e força de vontade, ela continua inabalável e sensata.
_ Temos um acordo?
_ Sim temos um acordo. Respondo e aperto sua mão, na minha vontade e começar o acordo agora, tomar essa boca de lábios cheios e abrir suas pernas para meter bem gostoso.
Ela vira e saí, enquanto esquadrinho seu corpo com os olhos olhando a bunda grande rebolar naturalmente para sair, e arrumo a protuberância dentro da calça.


************
 
Inaê - cumprindo o acordo.
 

Chego no apartamento as vinte duas em ponto, horário que estipulei para não ficar tão na cara a que vim, tenho vinte cinco anos sou adulta, vacinada mas qualquer idiota vai saber se me vir aqui que estou me vendendo ao cara, com trinta e sete anos, bonito e rico não é um homem de namoradas e sim de fodas.

Fico repassando na cabeça se está tudo ok e sim, depilei como ele exigiu, fiz um tratamento completo, unhas, pele e cabelo comprei o perfume que escolhi e está pago.

Chego e toco a campainha bem nervosa, eu jamais me venderia se não fosse pela casa dos meus pais.

_ Entre garota, está atrasada.

Ele está com uma camisa enrolada no antebraço e dois botões abertos, mostrando seu peitoral definido, calça preta agarrada nas coxas e apesar de estar bonito, representa estar com a roupa que colocou pela manhã.

_ Desculpa eu… fico sem palavras e ele dispensa com um aceno.

_ Só me responda uma coisa, você é virgem?

Nego, eu tive um namorado e transávamos normalmente.

_ Quantos já comeram você?

_ Só o Rick.

_ Aquele idiota? coitada!

Não defendo o Rick porque foi um idiota mesmo, quando me trocou por uma mulher mais velha por causa da conta bancária.

_ Vá até o fim do corredor e coloque as roupas que separei para esta noite.

Saio em disparada de perto dele, pois meu coração está quase saindo pela boca.

Sobre a cama do quarto dele, um micro vestido vermelho e uma calcinha minúscula, engulo seco, e tiro minhas roupas, colocando a roupa, há um batom também, passo é um tom cereja me olho no espelho e estou parecendo uma puta. É isso que sou a partir desse momento.

Chego a sala e ele me serve uns petiscos e uma bebida.

_ Deixe me ver se ficou bom. eu giro para mostrar, e ele sorri.

_ Ficou deliciosa, você também vai gostar bichinho, quando eu tiver  dentro de você. Sua voz rouca e sexy me causa arrepios, no fundo eu quero sentir Simon dentro de mim, mas ele não precisa saber. Sua mão toca na minha coxa e sobe livremente acariciando.

_ Grossas, gostosas. Ele aperta e pede sem cerimônia.

_ Monta aqui, minha putinha.

Fico molhada ao ouvir isso e obedeço. Coloco uma perna de cada lado do colo dele e preciso subir o vestido para sentar sobre o pau dele.

_ Agora sim Inaê, gosto de você obediente, me mostre o que sabe fazer.

Abro os botões da camisa dele, e acaricio lhe o peitoral definido, chupo seu pescoço e passo a língua em seu bíceps.

_ Hum nada mal, agora rebole um pouco em mim.

É curioso, mas um alívio que ele não tenha me colocado de quatro, e metido em mim, assim vou ficando pronta, gosto de ser eu a satisfazê-lo no meu ritmo e jeito e não estar sendo tomada de qualquer jeito. Quase sinto vergonha de revelar, mas eu estou achando gostoso poder dominá-lo, e nem quero pensar nessas borboletas no estômago ao sentir seu cheiro másculo, isso é errado em tantos níveis que perco as contas ele me comprou, eu me vendi, não é um relacionamento. Sou um objeto. Sinto me triste por isso.

_ Gosto disso, não faz doce. Seus olhos azuis me contemplam com luxúria.

_ Vamos para o quarto, quero foder você, pelo resto da noite. Fico com medo, será que ele vai me forçar, eu nunca fiz isso, geralmente era só até o Rick gozar aí acabava.

_ Espere Simon, eu…nunca fiz muito assim, achei que você iria gozar e acabou.

Ele franze o cenho parecendo não gostar e faz a pergunta que eu mesmo acabei de dar a dica.

_ Não gozava com aquele palerma? Meus olhos se arregalam e nego.

_ Então aquele idiota nem tirou sua virgindade direito, que babaca, me ouça Inaê, posso ser até meio sádico, lunático também por propôr isso a você, mas uma coisa garanto, vai gozar antes de mim cada vez que estiver comigo nessa posição de cumprir contrato.

Fico meio zonza e fascinada por essas palavras, sempre li nos livros que o orgasmo pode ser muito bom, mas quando me toco não acho que seja lá grande coisa, há sempre um vazio depois e a sensação de que foi péssima ideia.

Simon me coloca na cama, abriu minhas pernas para se encaixar nelas, ainda estávamos de roupa mas posso sentir o membro duro e enorme dele, ele paira sobre mim e beija minha boca, nada no mundo me preparou para esse momento, é um beijo exigente e carinhoso, sua mão livre aperta meu seio  de forma inebriante, prende o bico entre o indicador e o polegar, mal notei que ele baixou o vestido sem alças que estou usando e liberou ambos os seios.

Sua boca percorre minha clavícula, e vem ao encontro deles.

_  Sempre notei que eram grandes, mas sem sutiã posso ver que não tinha ideia do quanto eram bonitos e cheios, vou mamar neles até deixá los inchados,  Inaê. Foi imoral mas esfreguei as coxas ao ouvir isso.

Dizendo isso ele  abocanhou meu seio e começou a chupar um seio como se realmente estivesse mamando, e apertou o outro na mão livre.

É estranho como me sinto completa e mulher em seus braços, é tão profano o modo como ele me possuí, mas também parece genuíno, é a forma como ele se sente comigo, seu corpo está quente e ele tem um toque firme mas gentil, há um misto de desejo e carinho na sua forma de agir comigo, podem sair coisas sujas da boca dele, mas sinto que essa é a camada que ele quer me mostrar.


Inaê - Me sinto mulher.

Sua boca desce entre o vale dos seios vai a até o umbigo onde ele lambe e até ali parece bom receber seus toques. Então ele volta até minha boca e me toma outro beijo, calmo, profundo e quente. Suas mãos estão apoiadas na cama, para não soltar seu peso sobre mim.

_ Agora quero ver sua calcinha, aposto que ficou linda com ela. Um elogio sincero sai da sua boca, e meu coração bate descompassado.

Ele desce o zíper do vestido e tira do meu corpo, com cuidado, olhos atentos.

_ Excelente, muito melhor que imaginei. Ele aprova e tira sua camisa da calça junto com a boxer sem restrição alguma. Seu corpo e forte e grande, tudo é grande e também aprovo, ele é muito gostoso.

Ele está de joelhos na cama, apreciando a visão, faz tudo como uma apreciação e me sinto bonita, especial. Depois ele abaixa cheira minha intimidade e fico fascinada, tudo que ele faz é excitante, fico na expectativa sem tirar meus olhos dele.

_ Que cheiro bom, como gosto desse cheiro de mulher, agora vou guardar pra mim essa peça de roupa. Assim tirou me deixando nua.

Ofego me sentindo exposta demais, falo algo para justificar sei lá o que, talvez meu receio.

_ Faz quase dois anos que eu não .. .

_ Está com medo Inaê? Assinto nervosa.

_ Relaxa, vou deixar você bem receptiva para socar gostoso e ouvir você gritar de prazer com meu pau atolado na sua boceta. Gemo e ele ri, sem aviso começa a chupar minha boceta com fome, me depois enfia dois dedos enquanto me chupa, e grito de prazer realmente.

_ Agora vou meter em você bem gostoso Inaê, tomou a injeção naquele dia? Afirmo. No contrato ele exigiu que tomasse a injeção de contraceptivo e me apresentou seus exames de sangue.

_ Chupe o meu pau é bom que esteja bem lubrificado para não machucar você, apesar de que vai ficar com ela ardendo hoje, minha putinha.

Tomo o pau dele nas mãos e chupo até o fundo da garganta, depois passo a língua sobre a circunferência e a glande, acho gostoso, a textura o cheiro e mamo o pau dele com gosto ele urra de prazer. Então eu solto e me deito com as pernas bem abertas para recebê-lo.

_ Aí Simon. Reclamo quando ele se posiciona e morde meu seio antes de me penetrar.

_ Doeu? Afirmo ele ri.

Encaixa o pau em mim e enfia com paciência, arde um pouco ele é grande, então ele começa a bombar, meu corpo chacoalha, na cama.
_ É a primeira vez que sinto uma boceta sem proteção, optei por conhecer você, e ser um contrato longo, não costumo comer a mesma mulher, abri uma exceção nesse mês.
Ouço em silêncio ponderando se ele tem alguma consideração por mim.
Ele me invade repetidas vezes, soca com força, cheio de desejo.
_ Vamos mudar de posição, Inaê; fica de quatro pra mim.
Fico insegura nunca fiz de quatro. Ele percebe e me apressa, rápido garota.
Me posiciono e ele puxa meu quadril, e empina com as mãos, depois mete em mim, e grito.
_ Isso libera a vadia que você é gritando com o prazer com meu pau socado.
Ele arremete duro e com pressa, sinto o me alargando inteira, ele está crescendo dentro de mim.
Gemo de prazer. Ele também não fica atrás.
_ Você é tão gostosa Inaê que não consigo parar.
Fico satisfeita com suas palavras ao menos isso.

Ele massageia meu clitóris e acelera as bombada. Em pouco tempo tenho um orgasmo forte e estrangulo Simon dentro de mim. Ele urra de prazer e despeja sua semente, é um contato íntimo e forte; me sinto dele nesse momento, como se estivesse sendo marcada e ninguém mais pudesse me tocar. Ele sai com cuidado e desabo na cama. Sentindo seu liquido espesso correr minhas coxas.
Os olhos dele me fitam fascinados, ele esquece de camuflar seus sentimentos, e isso mexe comigo.
_ Isso é de longe a coisa mais linda que já assisti Inaê, está marcada por mim agora. Ele deita ao meu lado e usa de gentileza, toca meu rosto suavemente.
_ Como se sente menina?
É tão diferente do que esperei, que baixo a guarda um pouco e sorrio.
_ Que não era mulher antes disso, não conhecia meu corpo, nunca senti ele tão vivo Simon.
_ Ótimo, venha vamos tomar um banho comigo.
_ Juntos?
_ Sim, de banheira. Aceito e ele me carrega com facilidade, ele é grande e forte me sinto uma menina em seus braços. Ele põe para encher e me leva até o box ligando o chuveiro, entramos juntos ele lava meu corpo, cada pedacinho, e nem sei o que aconteceu, só sei que estou prensada no box sendo beijada com carinho, nada me preparou para isso. Simon Nígaro me tocando deliberadamente com paixão, carinho e algo mais. Algo mais que faz meu mundo desabar e me põe aos pés do meu por inimigo.
_ Eu sempre quis você Inaê, revela sem medo e o admiro por sua coragem de expressar se em voz alta, eu também o desejei, mas não posso falar. Não agora que me sinto tão sozinha, frágil e dependente; se fizer isso estarei a um passo de ser esmagada como um inseto. Tento ser simpática sem ser besta, não sei se funciona, ele derruba minhas barreiras com esse jeito carinhoso.


Simon - Sonhando

Vê la vestida pra mim, acatando minhas ordens me deixou insano, comi a gostoso, sofrendo espasmos de prazer a cada movimento dela, sentir o pau em sua boca carnuda levou tudo de mim para não encher a goela dela de porra. Parece um sonho, eu sempre tive uma tara por esses peitos, agora vejo que exagerei, na pegada, enquanto ela dorme pelada ao meu lado analiso o modo que agi com ela, não foi proposital, ela me tirou dos eixos, nunca transei com tanta vontade, tenho certeza que ela se sente um pouco dolorida, com bocetinha inchada. De certa forma eu gosto disso fiz um bom trabalho, não me arrependo, um sorriso brota no rosto de orelha a orelha, ao lembrar como ela gemia, e gritava com prazer.
Eu a marquei, seria um grande mérito, se ouvir ela chamar meu nome gozando e ordenhando meu pau não tivesse causado um vulcão no meu peito, e despertado um intenso desejo de que ela seja minha. Porra mas que droga! Eu não sou homem de uma mulher só, como vou ter ela e comer as outras? Penso um pouco e não lembro de ninguém só dela, montada em mim depois do banho, quicando no meu pau enquanto eu mamava essas tetas divinas. Não consigo pensar em outra com ela tão perto, tão linda, tão minha. Que proposta do caralho.

Inaê suspira e procura por mim, toca em meu peito, puxo a junto ao corpo.
Sinto um beijinho no queixo.
" Você é tão lindo Simon, quero ficar na sua cama para Sempre" ela murmura e fico imóvel. " Gostoso demais, seu pau é uma delícia, me fez gozar" fico todo orgulhoso, e na dúvida se ela está dormindo, sua mão agarra meu cacete e punheta carinhosamente, aperto seu seio e ela geme.
_ Quer mais?
_ A noite toda alemão.
Beijo sua boca, que se tornou meu novo vício enquanto sovo lhe os peitos, então me posiciono entre suas pernas e enterro nela.
_ Isso Simon, bem gostoso, me come. Puta merda, que putinha ela está se saindo, até estou em dúvida agora.
_ Está cumprindo seu papel direitinho putinha, estou me deliciando nessa boceta quente.
_ Sou toda sua aqui nessa cama alemão, quando me tocava pensando em você não tinha ideia que seu pau era grande assim.
Fico ensandecido com ela me provocando. Se tocar pensando em mim é novidade.
_ Pensei que era pura.
_ E era, pura e burra, como é gostoso dar pra você, eu devia ter é montado em você quando me beijou, ah aquele beijo, sonhei com ele o mês todo.
_ Assim vou ficar enfeitiçado, Inaê, e preso em suas artimanhas, nessa língua imoral e deliciosa falando putarias no meu ouvido. Seu riso rouco, me deixa embriagado, sua pele e seu cheiro realmente estão ficando impregnados em mim, como as tatuagens em meu corpo. Quando dou por mim estou beijando sua boca enquanto penetro a de forma carinhosa, e intensa, como estivesse bebendo um vinho caro, fico preso a imagem da mulher debaixo de mim, olhos fechados, boca levemente aberta, mãos suaves a acariciar os meus braços, perco o rumo do que tem que ser, porque nunca estive no lugar mais certo, no corpo da única mulher que é capaz de me tirar o juízo. Inaê sempre teve um jeito peculiar, forte, decidida e correta, daquelas que não dá espaço a qualquer um, mas com camadas de doçura e ingenuidade bem camufladas pela aparência de mulher confiante. Tive ranço daquele Rick Maldonado, filho do dono mercado, o patife usou a garota e foi egoísta com ela, nenhuma mulher devia aceitar ter um homem que não seja macho suficiente para mostrar as áreas sensíveis do seu corpo, como dizem os sexólogos as áreas erógenas, aqueles cantinhos que dão prazer ao tocar, sexo não é só penetração, e ela não sabia disso, como um homem é capaz de abrir mão da melhor parte, essa aqui? o suspiro ou gemido de prazer, o olhar seguro e decidido a dar prazer ao modo dela? Só um idiota mesmo.
Sua boca busca a minha e suas pernas enroscam nas minhas, cavei minha própria sepultura, a do mulherengo das bolas presas, comprando noites com a mulher mais linda que conheço, e agora descobri que é a mais gostosa, e ainda tem a cereja do bolo, sem preservativo, ah como isso bom, pele na pele, sem riscos.
_ Simon eu vou.... Hummm
_ Vai princesa, seja feliz... Beijo lhe absorvendo seus sussuros de prazer. Sua fenda me esmaga e não tem como me segurar e libero meu prazer com o rosto apoiado na curva do seu pescoço.
Outro banho, o dia está quase amanhecendo, deito com ela nos braços, seu rosto tranquilo, se aconchega em mim, eu devia dar um basta, mas não vou, eu a quero e não sou burro.
Acordo sem rumo, as nove da manhã numa quinta-feira, com ela ainda em meus braços, puta merda; onde eu estava com a cabeça, perdi a hora.
Atendo.
_ Alô Cristina, diga ao Caio que comece a reunião, que chego depois do almoço. Olho para o lado e ela continua dormindo tranquila e linda.

Inaê

Acordo sozinha e nua na cama dele, pelo jeito furei o combinado, eu devia ter ido para casa. Levanto e tomo banho rapidinho, coloco meu j; estou penteando o cabelo quando ele aparece, com uma bandeja cheia; fico surpresa ele é um bom homem, e não sei o que fazer com essa nova informação, eu acabei gostando, estou baixando a guarda, ele é lindo e carinhoso, me dá prazer primeiro, me sinto ridícula por julgá-lo tão mal.
_ Que gentileza, obrigada Simon.
_ Você foi bem, foram quatro vezes, precisa ficar forte e saudável.
Fico com vergonha, mas aceito.
_ Do que veio ontem?
_ Vim de ônibus, depois andei a pé mesmo.
_ Tem compromisso na sua cidade? Nego.
_ Fique aqui mesmo, aproveite a tarde para ir a loja, compre uma roupas, e sapatos, coisas das quais goste. Fico feliz com a sugestão.
_ Tudo bem só hoje Simon, já está fazendo demais por mim.
Ele dá de ombros como se não fosse nada. Nossos olhares se encontram e desviamos, depois do café ele vai para o escritório e eu fico deitada na cama.
Ele pede um almoço, fazemos a refeição num clima leve e assuntos corriqueiros. Quando ele pega a pasta na mão para sair, me olha indeciso de como se despedir, ele é tão lindo, está sendo bom para mim, dane-se o contrato; laço seu pescoço e beijo sua boca, sugo sua língua e ele me aperta nos braços.
_ Tchau alemão, bom trabalho.
_ Tchau Princesa, qualquer coisa me liga.
Ele caminha postura ereta para porta, altivo, o homem mais lindo que conheço e suspiro, evitando pensar no meu coração acelerado.

 
Se está gostando pede mais um que eu posto.


Chefe irresístivel

 

Capítulo 1 - Prólogo.



SERENA

Harry acorda chorando de madrugada e quero chorar junto, é tão difícil ser mãe solteira, gostaria de dormir pelo menos as seis horas que tenho livre. Não tem sido fácil trabalhar em dois restaurantes para sustentar-nos, mas eu não mudaria nada na minha vida, amo meu filho com todo meu coração e nunca faria nada sem ele, é tão maravilhoso o tempo que temos juntos, das dezenove as vinte e uma da noite, após isso dona Neusa atende ele para mim enquanto tomo um carro e atravesso a cidade para lavar os pratos e limpar o restaurante no final do período, chego depois da meia noite e me levanto seis e meia em ponto, arrumo a bolsa com roupas e mamadeira do Harry e levo ele na creche que não aceita atrasos embora eu pague caro por ela.

Suspiro fundo, levando e confiro sua temperatura, a não acredito, o que você tem meu amorzinho? Me desculpa por reclamar de acordar, você está doente.

Coloco o termômetro e o resultado e trinta e oito graus, o que eu faço? É tão difícil criá-lo sozinho.

Chamo um carro e o levo para o pronto socorro mais próximo, ciente de que vai me fazer falta esse dinheiro.

Meu filho é atendido e o diagnóstico é garganta inflamada, gripe forte, estou mais aliviada por ele ter recebido a primeira dose do medicamento aqui e já estar melhor agora.

Harry recebe alta e saímos do pronto socorro as sete da manhã, hoje não vou trabalhar no restaurante, sinto muito, mas vou cuidar do meu filho.

É exatamente isso que faço, passo o dia mimando meu príncipe, faço uma comida bem molinha pra não doer sua garganta, coloco um filme infantil na TV e ele gosta, ri, fala sobre os personagens.

_ Peicinho mãe, olha qui lindo.

Sorrio, procurando Nemo é um filme que sempre gostei de assistir e estou ensinando meu garotinho.

Recebo uma mensagem e vejo que é do meu patrão de meio período.

"Fica tranquila Sere, cuida do baixinho, darei um jeito aqui, vê se procura o inútil do pai dele para ajudar nas despesas!"

Jobs meu patrão do turno da noite é alegre, humano e totalmente compreensivo, pai de gêmeos não me pressiona nunca, já Morgan parece odiar todo mundo é severo e julga tudo com maldade.

Quase gargalhado, mas coloco a mão na boca quando vejo Harry dormindo apoiado na almofada. Acaricio seu cabelinho, e fico velando seu sono.

Meu patrão é gente boa, mas não faz ideia do quanto Philip é imaturo e egoísta, quando saí com ele para mudar minha rotina entediante, me achando a princesa do filho rico do patrão, não imaginei que ele me deixaria bêbada para aproveitar de mim, ele é um abusador nojento que não gosto nem de lembrar quando acordei nua em sua cama, foi horrível, tive nojo de mim, depois dele, foram meses para superar a culpa que nunca foi minha. Quando estava me conformando veio a descoberta da gravidez, chorei muito, depois pedi perdão ao meu filho. E então veio o amor sem medidas que sinto por esse pequeno.

Aproveito para dar mais uma faxina da no meu minúsculo apartamento, bem não é que os outros sejam maiores, mas a casa dos meus pais no México é grande, confortável e cheia de gente, minha família faz parte de um Clã de motoqueiros, então nunca há silêncio ou privacidade, eu comecei me incomodar na adolescência e quando quis a minha privacidade, estudar um Nova York era meu sonho, nem sabia qual curso, e agora, somente agora depois de ser mãe estou terminando minha especialização em secretariado, é simples, eu sei, mas com as despesas do Harry não sobra muito para os estudos, por sorte trabalho em dois lugares para conseguir, mas se Deus quiser vou trabalhar num grande escritório um dia e oferecer ótimas condições ao meu bebê e respirar mais tranquila. Não é saudável ficar desesperada cada vez que precisamos de um médico, por conta das despesas.

...

Entro apressada no restaurante pelos fundos, orando pra não ser demitida, vinte minutos de atraso, é o que me aflige, tudo por causa de um engomadinho que resolveu dar chilique e atrasar todos mundo, com sua crise de consciência e proteção aos animais. Eu amo animais, mas não acredito que ficar fazendo protesto no metrô, ajude-os realmente, pra mim isso é jeito de chamar atenção, coisa de gente carente. Porque eles não saem recolhendo os bichos da rua se estão comovidos.

Me esgueiro devagar para o canto da cozinha, por sorte ninguém nota, me misturo ao pessoal e começo lavar os pratos. O dia parecia atribulado, com aquela aura de que algo vai dar errado e do qual você não tem domínio, e quanto mais você se esconde, mais a falta de sorte te encontra. Não bastasse Harry ficar doente e ter que gastar o dinheiro que não tenho, chegar atrasada no serviço ainda sou solicitada na área dos clientes, motivo: servir as mesas, Will não está bem hoje.

Tiro os olhos do meu umbigo e me disponho a trabalhar em seu lugar, afinal ninguém escolhe adoecer.

Sirvo incontáveis mesas, pessoas saem outras entram, o movimento está caótico, não sei se sirvo, ou limpo as mesas livres para os próximos clientes. Tudo acontece rápido demais e sei que é meu fim. O azeite cai, espirrando gotas do seu conteúdo na blusa de seda chique de uma madame nariz empinado.

_ Sua imbecil, faça seu serviço direito, olha o que você fez, não vou pagar a refeição, que lugar péssimo...

E desse momento em diante foram ofensas de várias pessoas, amigas, meu patrão, olhares reprovadores de outros clientes, eu só queria um buraco para enfiar a minha cara de tacho, quero chorar, o choque não me permite ter alguma reação.

_ Está demitida Serena, passe amanhã receber seu pagamento semanal. Morgan grita comigo no meio do salão.

Nesse momento desperto, saio o mais rápido que posso, jogo o avental de qualquer jeito e pego minha bolsa, chego a um ponto de ônibus, que nem sei para onde vai e sento-me. E sem poder mais me segurar, as lágrimas por toda essa pressão em minha vida, rolam sem permissão, perco o controle, soluço.

Um mão suave esfrega meu ombro, um perfume agradável e doce chega ao meu olfato, a voz de uma boa mãe, soa apaziguadora de todo desespero que se apossa de mim.

_ Filha se acalma, venha comigo, eu vou te ajudar.

Olho para quem fala comigo e vejo um semblante amigável e gentil, do tipo que nunca escuta um não. Envergonhada por assustá-la, seco meu rosto e me retrato.

_ Me desculpa, eu estou num momento ruim.

_ Não tem problema, nós somos humanos mocinha, você pode chorar, só não pode ficar desamparada num momento desses, aceita um chá.

Afirmo, talvez um chá seja tudo que eu preciso para processar meu desemprego.

...

_ Então, me deixa ver se entendi, seu patrão te demitiu por um cliente que ele nem conhece, por um acidente?

_ Exatamente.

_ E você cria seu filho sozinha?

_ Isso mesmo, Harry é só meu, o pai nunca quis nem conhecê-lo.

_ Bom Serena, assim que eu souber de um lugar onde possa trabalhar eu te ligo me deixa seu número.

_ Ah, obrigada dona Oriana, a senhora é um anjo.

Sua risada ecoa e saímos juntas do café, onde tomamos um chá. Desde então Oriana me ajuda em algumas emergências, jurando que vai aceitar o pagamento, mas só quando não for fazer falta a Harry. E por ele engulo meu orgulho.

Capítulo 2 - O chute.

CRISTHIAN 

Entro no meu carro e dirijo até o restaurante almoçar, de repente mudo de ideia e vou para outro lugar fazer minha refeição, um restaurante que as vezes Mara insiste em ir, porque é um lugar "bem frequentado" segundo ela. Não fui criado desta forma, vejo o quanto ela é fútil em alguns momentos, mas também reconheço que as pessoas não são perfeitas.

Estaciono no palace real, o manobrista se encarrega de colocar meu carro na sombra. Atravesso a porta automática de vidro, e escolho uma mesa, sabendo que em menos de cinco minutos serei atendido. Luxos dos quais desfruto vez ou outra.

O garçom se aproxima.

_ Senhor seja bem vindo, faça sua escolha, este é o menu de hoje.

Me entrega um tablet com as opções e seleciono uma massa, um molho, um filé, e uma salada, escutando em minha cabeça mamãe avisar que não pode comer sem uma salada por conta das fibras.

Me distraído olhando o mercado financeiro, quando escuto um riso familiar, uma voz masculina também conhecida.

Olho para a direção que o som me atrai e qual não é minha surpresa quando vejo minha noiva, um investidor da ATC recente, o senhor Oswaldo Maya. Continuo retesado no lugar, sem poder acreditar, ele a toca de forma indiscreta, nas pernas, na cintura e ela ri e alisa a sua camisa sensualmente, como uma vadia.
O sangue sobe nas têmporas, respiro fundo não posso fazer um escândalo, então ele a beija, como um casal normal, trocam carinhos.

Primeiro fico enojado, Mara é no mínimo vinte e cinco anos mais nova que o homem, será que esse velho não tem vergonha de namorar uma garota mais nova que sua filha? Um idiota se acha que ela gosta dele, Mara só quer luxo.

Faço um teste e envio uma mensagem para ela, uma foto deles se beijando em público, no restaurante.

"Parabéns, seu novo namorado combina com sua aparência"

Sim eu não pego leve, alfinetar e comigo mesmo, estou fervendo de ódio.

Ela abre a mensagem e se desespera, não a deixo escapar é hora do chute. Mulher promíscua eu a tratava com tanto carinho, sempre fazendo seus gostos, minha garganta embarga, raiva, magoa me perturbam.

Sigo mantendo uma frieza que não existe em meu coração.

_ Olá como vai Oswaldo, que surpresa vê-lo aqui.

O homem sorri, se sentindo a última batata do pacote, agarrado a cintura da minha noiva ou melhor ex-noiva.

_ Travis, como vai?

_ Ótimo, melhor impossível. Sou sarcástico e faço isso olhando para ela.

A sem vergonha, pula no lugar se afasta do homem e diz a típica frase mentirosa:

_ Cristhian, não é o que você está pensando, eu posso explicar.

Olho no fundo dos olhos dela, e sorrio profundamente magoado.

_ Não precisa, cortamos aqui nossa relação, ah e, esqueça aquele cruzeiro no final do ano, está cancelado.

_ Mas Cristhian você me deu de presente de aniversário.

_ O que está acontecendo aqui?

_ Bom seu Oswaldo, essa mulher é uma oportunista, e até ontem era minha noiva, mas agora está como uma prostituta se esfregando no senhor, sua conta possui mais dígitos que a minha.

_ Isso é verdade? O homem não gosta.

A falsa choraminga, e nega.

Abro nossa última conversa e mostro a ele. Nela Mara avisa que vai tomar sol na piscina com as amigas e somente no outro dia poderemos nos encontrar, pois ela precisa de umas coisas da boutique do shopping.

Ele devolve e assente, pego meu aparelho e saio sem esperar, não quero ouvir a voz daquela traidora nunca mais na vida, eu fui tão idiota, todos em casa me alertando.

_ Senhor sua refeição está servida.

Toco o ombro do garçom e aviso.

_ Meu caro, perdi a fome, pode... Olho aí redor e vejo uma moça do lado de fora, maltrapilha olhando para dentro, isso me corta o coração. _ Pode embalar para viagem.

Vou até a porta e espio, então me aproximo e converso com ela.

_ Moça está com fome?

_ Sim, muita. Ela responde com os olhos marejados e entendo que é a fragilidade da situação.

_ Espere aqui, não vão te aceitar lá dentro, mas pedi comida para viagem.

Ela junta as mãos e agradece.

Minutos depois meu almoço perdido ganha um sentido muito melhor, a caridade.

O garçom traz a refeição perfeitamente embalada e pago, deixando uma bela gorjeta pelo inconveniente. Carrego a refeição e entrego a garota na porta.

_ Tome, é seu, bom apetite.

_ Obrigada, o senhor é um anjo.

"Não, não sou, se ela soubesse a vontade de fazer alguma maldade agora, com o tanto de raiva que estou sentindo..."

_ Disponha moça.

_ Sara, meu nome é Sara.

Quando ela fala o seu nome, sinto que ela precisa de ajuda e sinto de enviá-la a Marcos, que ajuda os moradores de rua.

Então me viro e lhe digo.

_ Vá até a rua Bonavita, lá tem um restaurante que poderá entrar Sara, eles são cristãos.

Seus olhos brilham e ela assente, prestou atenção no que eu disse, espero que dê certo, agora não estou com cabeça para fazer mais do que isso, preciso de um momento sozinho.

De volta a empresa entro na minha sala, não consigo me concentrar, saio e bato na sala do meu pai.

_ Pai posso entrar.

_ Claro meu filho. Seus olhos encontram os meus e ele percebe.

_ Você chorou?

Assinto.

_ O que aconteceu? Ele fala meio desesperado.

Aperto a parte entre os olhos e revelo a dor mais humilhante para um homem.

_ Mara me traiu.

_ Aquela lambisgoia.

Ele fecha às mãos em punho.

_ Como descobriu?

_ Bem de repente hoje, resolvi ir almoçar no palace real, então a encontrei lá, aos beijos e esfregação no nosso investidor, Oswaldo Maya.

_ Você não perdeu a oportunidade de dar lhe o chute que ela sempre mereceu, não é filho?

_ Não, eu o fiz, está tudo acabado, traição não tem perdão pai.

_ Exatamente, quem traí não ama filho.

Então ele faz o que um bom pai faria, se aproxima e me abraça, como um menino acaricia meus cabelos, meu pai não tem noção alguma da nossa idade e nos dedica o mesmo amor de vinte anos atrás, talvez seja mais ainda. Algumas lágrimas caem, coisa que a muito tempo não acontecia, mas que são necessárias, meu coração está doendo nesse momento.

"Filho, não sabemos porque algumas coisas ruins acontecem,  mas como cristãos sabemos que Deus um propósito para tudo nesta vida, as vezes nossos planos são vazios, sem futuro, como seria se casar com a moça interesseira, mas com certeza ele tem uma boa mulher guardada para você, um lindo futuro e próspero."

De alguma forma as palavras sussurradas do meu, parecem um oração que me aquece o coração e me dá um pingo de esperança.

_ Vou para casa pai, preciso me recompor, homem não chora.

_ Está enganado, pedra não chora, homem chora, depois ergue a cabeça, estufa o peito e se torna dono das rédeas da sua vida, com ajuda de Deus é claro.

Concordo, dou tapinhas de gratidão no ombro do meu pai e saio, mas antes de tocar na maçaneta me viro e lhe digo:

_ Eu te amo pai, obrigado!
_ Também te amo filho, estou aqui por vocês.

Sigo carregando a decepção da traição em meu peito e sabendo que é uma ferida que vai levar tempo para sarar. 

Capítulo 3 - Fada madrinha.

SERENA

Aí não acredito que vou fazer isso, mas pelo bem de Harry eu faço qualquer coisa. Crio coragem e ligo.

O telefone toca, uma, duas e quando vai repetir o toque a terceira, que seria o limite para mim, ela atende.

_ Oi Serena, como vai querida?
_ Está tudo bem, e com a senhora?
_ Tudo ótimo, graças a Deus, e esse menino esperto aí, como está?
Olho para Harry, correndo no parquinho do prédio e gritando aos quatro ventos que ninguém vai o pegar, sorrio, sua inocência infantil me enche de coragem.
_ Está cheio de energia, correndo com as crianças.

_ Que maravilha, e você querida, faz tempo que não liga.
Engulo o nó, outra demissão.
_ Fui demitida outra vez, a dona de equipe de garçom disse que não posso sorrir para as pessoas, vê se pode, eu só estava sendo gentil.
_ Ah mas isso está me cheirando concorrência, ela se sentiu ameaçada, você deve ter recebido atenção do homem errado.
Dou uma risadinha, realmente o Chef com quem estávamos trabalhando era famoso e me deu muita atenção, pobre homem, não sabe que a última coisa que eu quero é um homem no meu pé.

_ Sim um novo Chef de cozinha, mas não dei atenção para ele, eu sei o meu lugar.

_ Não se preocupe Serena, para sua sorte, Cristhian está a procura de uma secretária.

_ Secretária!? Meu coração dispara, esse sempre foi o meu sonho, e agora que terminei o curso, é tudo que preciso, uma oportunidade. Meus olhos lacrimejam e minha voz embarga.

_ Está falando sério Oriana?

_ Sim, muito, quando pode começar?

_ Hoje mesmo se for preciso, é tudo que mais quero.

Sua risada se propaga pelo telefone e também sorrio.

_ Tome seu tempo, vamos fazer umas compras de roupa social para o trabalho e segunda feira você começa, certo?

_ Combinado.

Deixo Harry na creche e sigo para o café onde combinamos de nós encontrar.
Avisto minha amiga ( fada madrinha) Oriana sentada numa mesinha próxima a janela do café, sorrindo para mim como se fosse ela a conseguir o emprego dos sonhos.

_ Oi, Tudo bem com você?
_ Oi querida, tudo ótimo, e você como está?
_ No momento? Empolgadíssima, não é todo dia que se encontra uma fada madrinha por aí, que te arranja o trabalho dos sonhos.
Ela ri e argumenta.
_ Sabe eu entendo sua alegria querida Serena, mas confesso que seu chefe anda meio rabugento, é um ótimo rapaz, eu o criei com muita honra e amor ao próximo, mas ultimamente ele anda fora da curva, então vá pronta para enfrentar um chefe exigente.
_ Filho da senhora? Ele é jovem?

Eu a bombardeio com perguntas, o medo de ser um mulherengo, sem vergonha, me faz murchar um pouco.

_ Sim, meu filho, tem trinta e dois anos e calma, não pense besteira, ele é um homem que respeita mulheres, ele apenas anda amargurado, teve uma decepção, mas vai passar.

Fico pensando se o meu chefe é um homem bom e educado, do tipo que sempre sonhei em namorar, minha nossa que bobagem, não posso me apaixonar pelo meu chefe, aliás ele pode até ser casado ou feio, enfim há de ter alguma coisa que não vou gostar, eu sempre me implico com meus chefes.

Sorrio com ar displicente, como se não estivesse preocupada a um minuto atrás, antes que estrague minha oportunidade de ser secretária.

_ Ah tudo bem, eu só estava curiosa mesmo.

_ Se quer saber, Cristhian é divertido e amoroso, apenas não está numa fase boa, mas as fases ruins também passam.

Toco sua mão e concordo.

_ Sim, elas passam, espero que dê tudo certo para nós, digo no trabalho.

O risinho divertido da dona Oriana não me passa despercebido, o que será que ela pensou.

_ Eu espero que sim Serena, quantos anos você tem? Nunca te perguntei.

_ Tenho vinte e três, logo farei aniversário, um pouco antes do natal.

_ Ótimo, é que você parece tão jovem, se fosse julgar pela aparência, chutaria que tinha apenas uns dezoito anos.

_ Ah que bom, isso significa que não estou envelhecendo tão rápido, não é mesmo?
_ Sim, para nós mulheres, isso é maravilhoso.
_ Quer algo para comer? Só ficamos conversando, com esse mísero cafezinho, que falta de atenção a minha.

Faço um gesto com a mão, nego, eu nunca gostei de comer pela manhã, embora todos os nutricionistas me condenem por isso.

_ Não precisa, eu prefiro ficar só no cafezinho mesmo.

_ Então podemos ir as compras?
_ Claro vamos lá.

Estou ciente que vou usar minhas economias, mas é por uma boa causa.

...

_ Olha Serena que conjunto risca de giz charmoso.
_ Lindo mesmo, mas é um pouco caro para mim.
_ Sere, quando foi que eu disse que você vai gastar alguma coisa?
_ Mas...
_ Mas nada, fica nas despesas de uniforme da empresa.
_ Dona Oriana, isso não é uniforme, e roupa chique, de marca! Digo alarmada, meu deus, o tal Cristhian vai me achar uma aproveitadora.
_ Não importa, é para o trabalho, você vai trabalhar na Foster technology, não pode ir com roupas simples, receberá gente importante, não vou deixar que se envergonhe por isso.

Meu coração se aquece, dona Oriana pensa em tudo, inclusive no meu bem estar, largo as roupas de qualquer jeito e a abraço, grata por ela me tratar com tanto carinho, como uma mãe, faz tempo, muito tempo, que alguém se importa comigo, me ajuda e me protege. Oriana é uma alma bondosa e doce, sempre serei grata a ela.

Chego em casa e encontro Harry brincando com seu novo lego na sala do nosso apartamento.

_ Mamãe!
Ele corre para me abraçar e o recebo em meus braços, sinto o cheirinho aconchegante nos seus cabelos, a fragrância de xampu infantil.

_ Tem presenti mãe?

Faço suspense, então puxo um sacolinha, com um mimo para ele, dentro dela tem uma toalhinha com a imagem do personagem dos gamers que ele mais, gosta (s.Mario) e um bonequinho novo para sua coleção.

Seu gritinho de alegria me enche de satisfação, é tão bom ver meu filho feliz.

_ Tudo meu?

Afirmo, acenando para ele.

_ Brigadu mamãe! São esses momentos que me fazem derreter de amor por Harry.
_ Por nada, que bom que gostou filho. Afago seu cabelinho, com ele saindo em disparada, na direção do seu quarto.

Suspiro, é bom esse sentimento, de que tudo está bem. Olho as sacolas na entrada e volto pegá-las depois dispenso a babá.

_ Obrigada, você pode ir.
_ Eu que agradeço. Diz a moça com timidez e se vai, seu pagamento foi feito na agência, no momento que a contratei.

Quando vou tirando as roupas das sacolas e organizar no meu guarda-roupas, encontro um vestido lindo, não é um padrão para trabalho e estranho, então resolvo ligar para perguntar se não era de Oriana e veio por engano nas minhas sacolas.

Ligo e a espero atender.

_ Oi Sere, está tudo bem?
_ Oi, sim só uma dúvida mesmo, apareceu um vestido vermelho de festa nas minhas sacolas, veio por engano, é seu?

_ Não Serena, este eu escolhi, para algum evento que possa surgir na empresa a noite, ou talvez, algum jantar de negócios que o Cristhian precise do seus serviços.

Engulo em seco, sem graça, sem rumo, não faço ideia de como seria um jantar de negócios. Finjo naturalidade.

_ Ah claro, eu ainda não tenho experiência com esse tipo de trabalho, mas vou fazer o meu melhor.

_ Você vai executar um excelente trabalho menina, eu confio em você.

_ Obrigada e até segunda, ligarei para te informar como foi meu primeiro dia de serviço, afinal com quem vou fazer fofoca.
_ Vou esperar ansiosa.
Rimos, Oriana se tornou uma excelente amiga.

Capítulo 4 - Secretária sincera.

Acordo mais cedo que nos outros dias, grato por não sentir aquele aperto no peito, a dor da traição me pisoteou por meses, mas hoje, só sinto esperança, um novo trabalho, uma função dos sonhos, e o apoio de uma família que é benção.

Tomo um banho revigorante, me olho no espelho e faço a barba, o cabelo ajeito no gel, mas preciso cortar. Meus olhos tem um novo brilho, meu coração bate cheio de ansiedade pelo que me aguarda.

Desço para a sala de jantar de estão todos a mesa, meus familiares e a bonitinha do meu irmão, fico feliz por ele, sempre o achei tímido e reservado demais, me preocupava com seu jeito solitário.

_ Bom dia família!
Ao perceberem meu timbre animado, todos respondem devolvendo o entusiasmo.
_ Nossa Cris, até parece que vai casar?
Colin faz graça e rimos.
_ Pois é, achei uma noiva adequada, a sala do CEO.
_ Nem brinca filho, não vai se tornar um workaholic. Mamãe diz apavorada.
Não respondo porque acho que trabalhar duro pode apagar minhas mágoas.

Na mesa em casa é assim, conversamos, mastigamos, provocamos e consolamos, sempre vivemos num clima feliz e unido.

_ Filho a sua secretária chegará às sete e meia.
_ Nossa mãe porque fazer a moça entrar tão cedo?
_ Serena tem um filhinho de três anos, é mexicana, e precisa sair às dezessete e trinta para pegar o pequeno Harry na creche.
_ Será que vai dar certo mãe e se ela começar a faltar por causa da criança.
_ Bom você se vira que não nasceu quadrado.
_ Mas o pai da criança não pode pegar esse menino?
Mamãe da de ombros e encerra o assunto com outra pergunta totalmente fora de contexto para meu pai, porque mulheres conseguem mudar de assunto assim?

_ Colton meu amor, hoje tem chá beneficente na igreja, pode me levar por favor?
_ Claro minha abelhinha, o que eu não faço por você?
O charme barato do meu pai é o que basta para dona Oriana, a romântica incurável derreter, o pior é que meu pai ama mesmo ela como um louco.

Me despeço da família e saio com o propósito de iniciar meu trabalho na Foster, faço uma oração, há dias, eu não me sentia leve, minhas orações estavam no automático, pois cresci dentro de princípios religiosos, então faz parte do meu dia orar de duas a três vezes e sempre que me sinto sucumbir as provações da vida.

Entro em minha nova sala na sede Foster, deixo minha maleta ao lado da cadeira no chão, inclino minha cabeça para pedir ao Senhor que ilumine minha mente, abençoe minhas atitudes e que eu possa ser útil a Ele, antes de alcançar meus sonhos.

Minha porta se abre de supetão interrompendo- me, uma mulher jovem com traços latinos adentra minha sala como ventania, olha-me com tom de reprovação, pai amado o que eu fiz de errado!

_ Senhor Travis me perdoe entrar sem bater, mas me disseram que o senhor chegaria às oito e não às sete, nem que tinha o péssimo hábito de colocar a bolsa no chão, isso dá azar sabia?

Começo a me divertir, mas me mantenho sério, ouvindo os disparates dessa tampinha.

Arqueiro minha sobrancelha e ela então tira o pó imaginário da saia e se apresenta.

_ Prazer sou Serena Sanches, sua secretária, estou a disposição senhor Travis.

Então me levanto e respondo ironicamente.
_ Bom saber senhorita furacão, prazer em conhecê-la, sou Cristian Travis.
Ela sorri meio envergonhada e segura minha mão.
_ Me desculpe, sou um pouco espontânea.
_ Tudo bem, desde que seja uma secretária eficiente, estamos entendidos.

A baixinha sorri pela primeira vez e percebo que ela é uma mulher bonita. Mas nada de pensar em mulher, agora o foco é crescimento profissional, não sou hábil para conhecer mulheres, a última seria minha esposa mas descobri ser uma pessoa avarenta, ambiciosa e traidora.

Volto aos papéis da minha mesa, leio cada contrato, e analiso a possibilidade de algumas parcerias, e incrivelmente sinto-me renovado, fazer as negociações é um desafio revigorante, aprecio colocar em prática minhas estratégias para convencer as pessoas e ainda saírem felizes com nossos negócios.

Serena entrou várias vezes na minha sala para comunicar reuniões e conferir visita de novos clientes, trouxe café e estava bem gostoso, segundo ela o café da máquina é uma porcaria e ela mesmo passou o café servido. É uma garota eficiente e sincera, qualquer outro CEO teria demitido a tampinha nesse primeiro dia, porque não é muito profissional dizer tudo que pensa, mas, eu prefiro as verdades, portanto pra mim ela é perfeita, digo para empresa onde trabalho.

_ Senhor Travis com licença, tem uma moça na recepção que insiste em falar com o senhor pessoalmente, afirma ser sua noiva.

Dou um pulo, aquela oportunista vai saber o que ela significa pra mim, uma ideia ilumina minha mente, com certeza não é certo, mas eu vou pecar dessa vez, que Senhor me perdoe mas vou mentir.

_ Serena, preciso de um favor seu.
_ Sim senhor o que precisar.
_ Perfeito, de agora até essa mulher na recepção ir embora, você vai fazer papel de minha namorada, com direito a chilique, eu quero que ela entenda que não tem volta, e que ela já não me interessa.
_ Minha nossa, eu não acredito, porque cargas d'água essas coisas acontece comigo?
Fico ansioso esperando sua resposta e tampinha diz:
_ Tudo bem, vamos decepcionar a megera.
Sorrio e pego o telefone.
_ Deixe-na subir.
_ Cristian a partir de agora vou atuar, nada de caras e bocas.
_ Certo, faça seu melhor.
Escutamos passos de salto no corredor e a tampinha se apoia no meu peito e me beija, não há nada de teatral, não me lembro de ter sentido um beijo tão gostoso antes, ela segura minha nuca e enibriado fecho os olhos.
_ Cristian quem é essa mulher?
A nojenta da minha ex aparece na porta, seguro a cintura de Serena e digo:
_ A noite a gente continua amor.
Levanto a cabeça e vejo Mara, chocada, querendo chorar, lamenta.
_ Cris achei que você me amava.
_ Ah você se enganou, eu me enganei, foi só um erro, o que faz aqui, que eu lembre não te convidei.
_ Bem vim te parabenizar, afinal você agora é o CEO.
Arqueio a sobrancelha.
_ E?
Ela fica sem graça e descaradamente diz;
_ Pensei que pudéssemos voltar, afinal seu status é melhor do que eu esperava, achei que ter uma mulher como eu faria todo sentido.
_ Escuta aqui sua rapariga, você não acha que está sendo muito vulgar querendo o homem de outra não?
_ Você deve ser só uma secretária assanhada dando em cima do CEO.
_ Engano seu Mara, Serena é minha namorada, a secretária nos deixou a sós e você atrapalhou, como sempre.
_ Cristian!
_ Como ousa me trocar por essa baixinha!
_ O que você disse boneca de cera? Você vai saber quem é a baixinha agora.
Pensei que estávamos encenando mas Serena está vermelha e muito brava, poxa ela está ainda mais bonita agora.
_ Amor faz alguma coisa! Mara apela.
_ Não tenho nada com você, vá embora.
_ Está ouvindo sua perua artificial? Some daqui ou vou arrancar seus cabelos.
Minha ex nem olha pra trás e sai correndo, sorrio, Serena é tudo que eu precisava na vida.
Quando olho para minha secretária ela está chorando. Toco sua mão preocupado e arrependido.
_ Desculpa Serena, não queria que ficasse assim.
_ Não é nada, já passou, crise boba.
Puxo ela para perto e a abraço, afago seus cabelos.
_ Calma, você foi incrível, obrigado.
_ Obrigada, tudo pelo meu chefe.
_ Assim vou abusar.
_ Me conta porque se separaram.
_ Ela me traiu, trocou-me por um cara que ela pensava ser mais rico.
_ Que infeliz, merece sofrer, essa lambisgoia!
_ Bom todos nós colhemos o que plantamos, confio na justiça divina.
_ Você é um bom homem, ela não te merece.
Terminamos o dia, amigos, Serena tomou minhas dores e não quis o cheque por ter que fingir ser minha namorada.



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Apaixonada pelo padrasto.

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